Barcelona, 18 de maio de 2011. Estamos nos preparando para pegar o metrô em direção à praça Catalunha, centro nevrálgico da cidade. Recebemos por ?sms? e Facebook, mensagens que pedem apoio aos jovens acampados na praça há duas noites. Também estão ocupadas a Puerta del Sol, no centro de Madri, e espaços em dezenas de outras cidades espanholas.
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Multidões tomam as praças da Espanha, exigem direitos sociais e alertam: não falta ?democracia real? apenas nos países árabes?
Na iminência de eleições locais e autonômicas (equivalente às estaduais, no Brasil), domingo próximo, milhares de pessoas exigem democracia real ya e gritam para os partidos do stablishment, principalmente PSOE e PP: ?vocês não nos representam?, ?não há pão como para comer tanto chorizo (um tipo de salame e, ao mesmo tempo, gíria para corrupto)?. Defendem também os direitos sociais e protestam contra os cortes nos orçamentos públicos, especialmente de saúde e educação. Tudo indica que os protestos não vão parar por enquanto. O movimento, muito plural e diverso, com marcante presença de jovens, espontâneo, pacífico, espelha-se nos protestos por democracia e direitos nos países do Oriente Médio, e contra a crise econômica, na Islândia.
No fim de semana passado, foram convocadas dois protestos. O primeiro, no sábado, em Barcelona, articulado por uma plataforma de dezenas de entidades, em conjunto com os sindicatos. O segundo, no domingo, em várias capitais de província espanholas, chamado pela coalizão que depois propôs realizar os acampamentos montados até agora. Na capital da Catalunha, havia mais de 50 mil pessoas. Pode ter sido a volta por cima, após anos de desmobilização diante das políticas dos governos espanhol e catalão ? que seguem à risca as exigências da União Europeia e FMI. As passeatas de domingo, tiveram surpreendente participação.
Em seguida, exatamente como aconteceu na Praça Tahrir (Cairo), várias delas transformaram-se em acampamentos. O mais numeroso está armado em Madri, onde se concentraram, já no primeiro momento, em torno dos 10 mil manifestantes. Ninguém sabe nem imagina até onde pode chegar a nova forma de manifestação. Mas há algo muito destacado. O questionamento das formas atuais de democracia já assumiu a condição de tema principal. As palavras de ordem ganham adesão crescente e apoio popular. Os primeiros a serem pegos de surpresa foram, certamente, os próprios protagonistas das ações.
Nas circunstâncias e contexto, não há como não lembrar os protestos e manifestações que também marcaram as eleições legislativas do ano de 2004 depois das bombas na principal estação de trens de Madri. Naquela época, levaram ao governo espanhol, pela primeira vez, um candidato pouco cotado: José Luis Rodríguez Zapatero, desde então primeiro-ministro.
Além de acontecer no período eleitoral, a mobilização é marcada pelo espontaneidade e pela utilização maciçã das redes sociais, como meio principal de comunicação. A terceira característica comum é o protesto contra a que poderíamos chamar de ?política oficial?, identificada como corrupta e antidemocrata. Uma das palavras de ordem dos jovens é: ?parece democracia, mas não é?. Mais um traço comum: o protagonismo de novas gerações, que na maioria dos casos não tiveram experiências de militância política, social e ou sindical ?clássica? ? e que ou as rejeitam, ou simplesmente as desconhecem e desconsideram.
Longe dos programas políticos dos candidatos às eleições, as prioridades na lista do movimento são valores, dignidade e vergonha na cara ? simples assim. Não adiantam discursos nem justificativas pois, acreditam os manifestantes, não pode haver pessoas sem direitos, sem presente e ? pior ? sem futuro. Há aqui mais um ruído: os políticos espanhois e catalão não se cansam de ?alertar? que as gerações futuras viverão pior que seus pais. Esses jovens simplesmente não aceitam.
Mesmo que seu futuro seja incerto, o movimento e protestos colocam em evidência, no mínimo, que não vai ser fácil cremar o estado do bem-estar social no altar dos mercados financeiros internacionais ? ao contrário do que pensam a Comissão Europeia e o FMI. Mas além dessa resistência, coloca-se, ainda que em estado latente, uma proposta alternativa de política, economia e sociedade. Um outro mundo é possível e, quem sabe, passeia pelos acampamentos nas praças do Estado espanhol.
Na iminência de eleições locais e autonômicas (equivalente às estaduais, no Brasil), domingo próximo, milhares de pessoas exigem democracia real ya e gritam para os partidos do stablishment, principalmente PSOE e PP: ?vocês não nos representam?, ?não há pão como para comer tanto chorizo (um tipo de salame e, ao mesmo tempo, gíria para corrupto)?. Defendem também os direitos sociais e protestam contra os cortes nos orçamentos públicos, especialmente de saúde e educação. Tudo indica que os protestos não vão parar por enquanto. O movimento, muito plural e diverso, com marcante presença de jovens, espontâneo, pacífico, espelha-se nos protestos por democracia e direitos nos países do Oriente Médio, e contra a crise econômica, na Islândia.
No fim de semana passado, foram convocadas dois protestos. O primeiro, no sábado, em Barcelona, articulado por uma plataforma de dezenas de entidades, em conjunto com os sindicatos. O segundo, no domingo, em várias capitais de província espanholas, chamado pela coalizão que depois propôs realizar os acampamentos montados até agora. Na capital da Catalunha, havia mais de 50 mil pessoas. Pode ter sido a volta por cima, após anos de desmobilização diante das políticas dos governos espanhol e catalão ? que seguem à risca as exigências da União Europeia e FMI. As passeatas de domingo, tiveram surpreendente participação.
Em seguida, exatamente como aconteceu na Praça Tahrir (Cairo), várias delas transformaram-se em acampamentos. O mais numeroso está armado em Madri, onde se concentraram, já no primeiro momento, em torno dos 10 mil manifestantes. Ninguém sabe nem imagina até onde pode chegar a nova forma de manifestação. Mas há algo muito destacado. O questionamento das formas atuais de democracia já assumiu a condição de tema principal. As palavras de ordem ganham adesão crescente e apoio popular. Os primeiros a serem pegos de surpresa foram, certamente, os próprios protagonistas das ações.
Nas circunstâncias e contexto, não há como não lembrar os protestos e manifestações que também marcaram as eleições legislativas do ano de 2004 depois das bombas na principal estação de trens de Madri. Naquela época, levaram ao governo espanhol, pela primeira vez, um candidato pouco cotado: José Luis Rodríguez Zapatero, desde então primeiro-ministro.
Além de acontecer no período eleitoral, a mobilização é marcada pelo espontaneidade e pela utilização maciçã das redes sociais, como meio principal de comunicação. A terceira característica comum é o protesto contra a que poderíamos chamar de ?política oficial?, identificada como corrupta e antidemocrata. Uma das palavras de ordem dos jovens é: ?parece democracia, mas não é?. Mais um traço comum: o protagonismo de novas gerações, que na maioria dos casos não tiveram experiências de militância política, social e ou sindical ?clássica? ? e que ou as rejeitam, ou simplesmente as desconhecem e desconsideram.
Longe dos programas políticos dos candidatos às eleições, as prioridades na lista do movimento são valores, dignidade e vergonha na cara ? simples assim. Não adiantam discursos nem justificativas pois, acreditam os manifestantes, não pode haver pessoas sem direitos, sem presente e ? pior ? sem futuro. Há aqui mais um ruído: os políticos espanhois e catalão não se cansam de ?alertar? que as gerações futuras viverão pior que seus pais. Esses jovens simplesmente não aceitam.
Mesmo que seu futuro seja incerto, o movimento e protestos colocam em evidência, no mínimo, que não vai ser fácil cremar o estado do bem-estar social no altar dos mercados financeiros internacionais ? ao contrário do que pensam a Comissão Europeia e o FMI. Mas além dessa resistência, coloca-se, ainda que em estado latente, uma proposta alternativa de política, economia e sociedade. Um outro mundo é possível e, quem sabe, passeia pelos acampamentos nas praças do Estado espanhol.
PEDIDO O "IMPEACHMENT" DE GILMAR MENDES
Advogado protocola no Senado Federal pedido de "impeachment" do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Posicionamento da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde pela
procedência da ADI 1923/98 contra as OS s
Acompanhado de um robusto relatório, o pedido de “impeachment”, do ministro do STF, Gilmar Mendes, foi apresentado pelo advogado Alberto de Oliveira Piovesan, no último dia 12 de maio na Presidência do Senado Federal, em Brasília.
Embora em torno do pedido tenha-se determinado “sigilo”, o assunto caiu como uma bomba na Casa Legislativa, já debilitada perante a opinião pública nacional, devido aos diversos escândalos envolvendo seus membros. Sem dizer que grande parte dos senadores encontra-se processada perante o Supremo Tribunal Federal.
Na petição, o comportamento do ministro Gilmar Mendes é duramente questionado. Principalmente sua relação com o advogado Sergio Bermudês. Seu escritório de advocacia, além de empregar a esposa de Gilmar Mendes, teria patrocinado diversas viagens do ministro ao exterior.
Os fatos narrados são gravíssimos e demonstram o quanto o Poder Judiciário está contaminado por práticas questionáveis. A relação dos “parentes” de membros do Poder Judiciário é trazida de maneira clara e comprovada.
A documentação, as provas e as testemunhas arroladas são de auto teor explosivo.
São testemunhas:
Deputado Federal Protogenes Queiroz
Desembargador Federal Fausto De Sancts
Jornalista Luiz Maklouf Carvalho- Revista Piauí.
Jornalista Moacyr Lopes Junior- Folha de São Paulo.
Jornalista Catia Seabra- Folha de São Paulo.
Jornalista Felipe Seligman- Folha de São Paulo.
Agente da Polícia Federal Jose Ricardo Neves.
Advogado Dalmo de Abreu Dallari-USP.
Nos termos da lei nº 1079, de 10 de Abril de 1950, depois de protocolado o pedido de “impeachment”, o presidente do Senado deveria criar uma comissão processante. Formada por senadores que emitiram parecer sobre o pedido que seria submetido à aprovação do Plenário. Se aceito o pedido, abre-se o procedimento de “impeachment”. A assessoria de imprensa da Presidência do Senado informou à reportagem do Novojornal, nesta segunda-feira (16), que o pedido foi encaminhado no mesmo dia, 12/05 para Assessoria Jurídica da Casa que deverá assessorar a presidência na tramitação da matéria.
Em procedimento semelhante e anterior, em relação ao ex-procurador geral Aristides Junqueira na década de 80, o presidente adotou o mesmo critério.
Cópia da petição acompanhada de toda a documentação foi entregue também na última quinta-feira (12), ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Dr. Ophir Filgueiras Cavalcante Junior.
A OAB Nacional, procurada pela reportagem do Novojornal, informou que o assunto foi submetido ao presidente e que só se posicionará após o despacho do mesmo.
Embora em torno do pedido tenha-se determinado “sigilo”, o assunto caiu como uma bomba na Casa Legislativa, já debilitada perante a opinião pública nacional, devido aos diversos escândalos envolvendo seus membros. Sem dizer que grande parte dos senadores encontra-se processada perante o Supremo Tribunal Federal.
Na petição, o comportamento do ministro Gilmar Mendes é duramente questionado. Principalmente sua relação com o advogado Sergio Bermudês. Seu escritório de advocacia, além de empregar a esposa de Gilmar Mendes, teria patrocinado diversas viagens do ministro ao exterior.
Os fatos narrados são gravíssimos e demonstram o quanto o Poder Judiciário está contaminado por práticas questionáveis. A relação dos “parentes” de membros do Poder Judiciário é trazida de maneira clara e comprovada.
A documentação, as provas e as testemunhas arroladas são de auto teor explosivo.
São testemunhas:
Deputado Federal Protogenes Queiroz
Desembargador Federal Fausto De Sancts
Jornalista Luiz Maklouf Carvalho- Revista Piauí.
Jornalista Moacyr Lopes Junior- Folha de São Paulo.
Jornalista Catia Seabra- Folha de São Paulo.
Jornalista Felipe Seligman- Folha de São Paulo.
Agente da Polícia Federal Jose Ricardo Neves.
Advogado Dalmo de Abreu Dallari-USP.
Nos termos da lei nº 1079, de 10 de Abril de 1950, depois de protocolado o pedido de “impeachment”, o presidente do Senado deveria criar uma comissão processante. Formada por senadores que emitiram parecer sobre o pedido que seria submetido à aprovação do Plenário. Se aceito o pedido, abre-se o procedimento de “impeachment”. A assessoria de imprensa da Presidência do Senado informou à reportagem do Novojornal, nesta segunda-feira (16), que o pedido foi encaminhado no mesmo dia, 12/05 para Assessoria Jurídica da Casa que deverá assessorar a presidência na tramitação da matéria.
Em procedimento semelhante e anterior, em relação ao ex-procurador geral Aristides Junqueira na década de 80, o presidente adotou o mesmo critério.
Cópia da petição acompanhada de toda a documentação foi entregue também na última quinta-feira (12), ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Dr. Ophir Filgueiras Cavalcante Junior.
A OAB Nacional, procurada pela reportagem do Novojornal, informou que o assunto foi submetido ao presidente e que só se posicionará após o despacho do mesmo.
procedência da ADI 1923/98 contra as OS s
A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde composta por diversas entidades,
movimentos sociais, fóruns de saúde, centrais sindicais, sindicatos, partidos políticos e
projetos universitários tem por objetivo defender o SUS público, estatal, gratuito e para todos, e lutar contra a privatização da saúde e pela Reforma Sanitária formulada nos anos 80.
Uma das iniciativas da Frente foi a criação de um abaixo-assinado on-line pela procedência da ADI 1.923/98 (Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), contrária à Lei 9.637/98 que cria as Organizações Sociais (OSs), que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para julgamento, desde 1998), atualmente com cerca de 5.700 signatários, e uma Carta aos Ministros do STF com 317 assinaturas de entidades. Também elaboramos um documento intitulado “Contra Fatos não há Argumentos que sustentem as Organizações Sociais no Brasil”, o qual demonstra com fatos ocorridos nos Estados e Municípios brasileiros que já implantaram as OSs como modelo de gestão de serviços públicos, os prejuízos trazidos por essas à sociedade, aos trabalhadores e ao erário público, confirmando que não existem argumentos capazes de sustentar a defesa jurídica ou econômica das mesmas. A decisão de sua inconstitucionalidade pelo STF, poria fim às Organizações Sociais nos Estados e Municípios em que elas já estão implantadas, barrando sua expansão. Seria um precedente para desmontarmos a “coluna vertebral” da privatização dos serviços públicos no Brasil.
A Frente, através de seus representantes, realizou audiências com 05 dos 11 Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira foi com o Ministro relator da ADI 1923/98, Ayres Britto, em 22/10/2010, e a última foi com o Ministro presidente do STF, Cezar Peluso (em 01/12/2010). Também foram realizadas audiências com o Ministro Ricardo Lewandowski (em 16/11/2010), com o chefe do gabinete do Ministro Marco Aurélio (em 16/11/2010), e com o magistrado instrutor do gabinete do Ministro Gilmar Mendes (em 26/11/2010). Além dessas audiências, foram visitados os gabinetes de todos os ministros e entregue a seguinte documentação: Abaixo Assinado pela procedência da ADI 1.923/98, Carta aos Ministros do STF com assinatura das entidades e o documento “Contra Fatos não há Argumentos que sustentem as Organizações Sociais no Brasil”.
Em 31 de março de 2011, representantes da Frente acompanharam de perto a votação da ADI 1.923/98, no plenário do STF. Tivemos direito a uma sustentação oral em defesa da referida ADI, fruto da amicus curiae do SindSaúde/PR. O Ministro relator da ADI, Ayres Britto, deu o voto pela sua procedência parcial mas a ADI não foi votada pois o Ministro Luiz Fux pediu vista do processo.
No próximo dia 18 de maio, quarta-feira, às 14hs a ADI volta a pauta do STF para votação. A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde continua mobilizada reivindicando a total inconstitucionalidade das Organizações Sociais, por meio da procedência da ADI 1923/ 98. Convocamos a sociedade a acompanhar a votação, incorporando-se a luta contra a privatização dos serviços públicos no Brasil!
movimentos sociais, fóruns de saúde, centrais sindicais, sindicatos, partidos políticos e
projetos universitários tem por objetivo defender o SUS público, estatal, gratuito e para todos, e lutar contra a privatização da saúde e pela Reforma Sanitária formulada nos anos 80.
Uma das iniciativas da Frente foi a criação de um abaixo-assinado on-line pela procedência da ADI 1.923/98 (Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), contrária à Lei 9.637/98 que cria as Organizações Sociais (OSs), que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para julgamento, desde 1998), atualmente com cerca de 5.700 signatários, e uma Carta aos Ministros do STF com 317 assinaturas de entidades. Também elaboramos um documento intitulado “Contra Fatos não há Argumentos que sustentem as Organizações Sociais no Brasil”, o qual demonstra com fatos ocorridos nos Estados e Municípios brasileiros que já implantaram as OSs como modelo de gestão de serviços públicos, os prejuízos trazidos por essas à sociedade, aos trabalhadores e ao erário público, confirmando que não existem argumentos capazes de sustentar a defesa jurídica ou econômica das mesmas. A decisão de sua inconstitucionalidade pelo STF, poria fim às Organizações Sociais nos Estados e Municípios em que elas já estão implantadas, barrando sua expansão. Seria um precedente para desmontarmos a “coluna vertebral” da privatização dos serviços públicos no Brasil.
A Frente, através de seus representantes, realizou audiências com 05 dos 11 Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira foi com o Ministro relator da ADI 1923/98, Ayres Britto, em 22/10/2010, e a última foi com o Ministro presidente do STF, Cezar Peluso (em 01/12/2010). Também foram realizadas audiências com o Ministro Ricardo Lewandowski (em 16/11/2010), com o chefe do gabinete do Ministro Marco Aurélio (em 16/11/2010), e com o magistrado instrutor do gabinete do Ministro Gilmar Mendes (em 26/11/2010). Além dessas audiências, foram visitados os gabinetes de todos os ministros e entregue a seguinte documentação: Abaixo Assinado pela procedência da ADI 1.923/98, Carta aos Ministros do STF com assinatura das entidades e o documento “Contra Fatos não há Argumentos que sustentem as Organizações Sociais no Brasil”.
Em 31 de março de 2011, representantes da Frente acompanharam de perto a votação da ADI 1.923/98, no plenário do STF. Tivemos direito a uma sustentação oral em defesa da referida ADI, fruto da amicus curiae do SindSaúde/PR. O Ministro relator da ADI, Ayres Britto, deu o voto pela sua procedência parcial mas a ADI não foi votada pois o Ministro Luiz Fux pediu vista do processo.
No próximo dia 18 de maio, quarta-feira, às 14hs a ADI volta a pauta do STF para votação. A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde continua mobilizada reivindicando a total inconstitucionalidade das Organizações Sociais, por meio da procedência da ADI 1923/ 98. Convocamos a sociedade a acompanhar a votação, incorporando-se a luta contra a privatização dos serviços públicos no Brasil!
Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama
Adolfo Pérez Esquivel
Estimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para, ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a destruição e a morte semeada em vários países, em nome da “liberdade e da democracia”, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo, termina justificando o assassinato e é festejada como se tratasse de um acontecimento desportivo.
Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi assassiná-lo.
Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de assegurar que “morto o cão, terminou a raiva”, sem levar em conta que não fazem outra coisa que incrementá-la.
Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários, te enviei uma carta que dizia: “Barack, me surpreendeu muito que tenham te outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeu deve colocá-lo a serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país e o mundo”.
No entanto, ao invés disso, você incrementou o ódio e traiu os princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e Abu Graib no Iraque. Não fez nada disso. Pelo contrário, decidiu começar outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAN e por uma vergonhosa resolução das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio, perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade entre os povos. Seu preâmbulo diz: “Nós os povos do mundo...”, hoje ausentes deste alto organismo.
Quero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás Merton, que diz: “a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar”.
Você era muito jovem, Barack, durante a guerra do Vietnã e talvez não lembre a luta do povo norteamericano para opor-se à guerra. Os mortos, feridos e mutilados no Vietnã até o dia de hoje sofrem as consequências dessa guerra.
Tomás Merton dizia, frente a um carimbo do Correio que acabava de chegar, “The U.S. Army, key to Peace” (O Exército dos EUA, chave da paz): “Nenhum exército é chave da paz. Nenhuma nação tem a chave de nada que não seja a guerra. O poder não tem nada a ver com paz. Quanto mais os homens aumentam o poder militar, mais violam e destroem a paz”.
Acompanhei e compartilhei com os veteranos da guerra do Vietnã, em particular Brian Wilson e seus companheiros que foram vítimas dessa guerra e de todas as guerras.
A vida tem esse não sei o quê do imprevisto e surpreendente fragrância e beleza que Deus nos deu para toda a humanidade e que devemos proteger para deixar às gerações futuras uma vida mais justa e fraterna, reestabelecendo o equilíbrio com a Mãe Terra.
Se não reagirmos para mudar a situação atual de soberba suicida que está arrastando os povos a abismos profundos onde morre a esperança, será difícil sair e ver a luz; a humanidade merece um destino melhor. Você sabe que a esperança é como o lótus que cresce no barro e floresce em todo seu esplendor mostrando sua beleza.
Leopoldo Marechal, esse grande escritor argentino, dizia que: “do labirinto, se sai por cima”.
E creio, Barack, que depois de seguir tua rota errando caminhos, você se encontra em um labirinto sem poder encontrar a saída e te enterra cada vez mais na violência, na incerteza, devorado pelo poder da dominação, arrastado pelas grandes corporações, pelo complexo industrial militar, e acredita ter todo o poder e que o mundo está aos pés dos EUA porque impõem a força das armas e invade países com total impunidade. É uma realidade dolorosa, mas também existe a resistência dos povos que não claudicam frente aos poderosos.
As atrocidades cometidas por teu país no mundo são tão grandes que dariam assunto para muita conversa. Isso é um desafio para os historiadores que deverão investigar e saber dos comportamentos, políticas, grandezas e mesquinharias que levaram os EUA à monocultura das mentes que não permite ver outras realidades.
A Bin Laden, suposto autor ideológico do ataque às torres gêmeas, o identificam como o Satã encarnado que aterrorizava o mundo e a propaganda do teu governo o apontava como “o eixo do mal”. Isso serviu de pretexto para declarar as guerras desejadas que o complexo industrial militar necessitava para vender seus produtos de morte.
Você sabe que investigadores do trágico 11 de setembro assinalam que o atentado teve muito de “auto golpe”, como o avião contra o Pentágono e o esvaziamento prévios de escritórios das torres; atentado que deu motivo para desatar a guerra contra o Iraque e o Afeganistão, argumentando com a mentira e a soberba do poder que estão fazendo isso para salvar o povo, em nome da “liberdade e defesa da democracia”, com o cinismo de dizer que a morte de mulheres e crianças são “danos colaterais”. Vivi isso no Iraque, em Bagdá, com os bombardeios na cidade, no hospital pediátrico e no refúgio de crianças que foram vítimas desses “danos colaterais”.
A palavra é esvaziada de valores e conteúdo, razão pela qual chamas o assassinato de “morte” e que, por fim, os EUA “mataram” Bin Laden. Não trato de justificá-lo sob nenhum conceito, sou contra todas as formas de terrorismo, desde a praticada por esses grupos armados até o terrorismo de Estado que o teu país exerce em diversas partes do mundo apoiando ditadores, impondo bases militares e intervenção armada, exercendo a violência para manter-se pelo terror no eixo do poder mundial. Há um só eixo do mal? Como o chamarias?
Será que é por esse motivo que o povo dos EUA vive com tanto medo de represálias daqueles que chamam de “eixo do mal”? É simplismo e hipocrisia querer justificar o injustificável.
A Paz é uma dinâmica de vida nas relações entre as pessoas e os povos; é um desafio à consciência da humanidade, seu caminho é trabalhoso, cotidiano e portador de esperança, onde os povos são construtores de sua própria vida e de sua própria história. A Paz não é dada de presente, ela se constrói e isso é o que te falta meu caro, coragem para assumir a responsabilidade histórica com teu povo e a humanidade.
Não podes viver no labirinto do medo e da dominação daqueles que governam os EUA, desconhecendo os tratados internacionais, os pactos e protocolos, de governos que assinam, mas não ratificam nada e não cumprem nenhum dos acordos, mas pretendem falar em nome da liberdade e do direito. Como pode falar de Paz se não quer assumir nenhum compromisso, a não ser com os interesses de teu país?
Como pode falar da liberdade quanto tem na prisão pessoas inocentes em Guantánamo, nos EUA e nas prisões do Iraque, como a de Abu Graib e do Afeganistão?
Como pode falar de direitos humanos e da dignidade dos povos quando viola ambos permanentemente e bloqueia quem não compartilha tua ideologia, obrigando-o a suportar teus abusos?
Como pode enviar forças militares ao Haiti, depois do terremoto devastador, e não ajuda humanitária a esse povo sofrido?
Como pode falar de liberdade quando massacra povos no Oriente Médio e propaga guerras e tortura, em conflitos intermináveis que sangram palestinos e israelenses?
Barack, olha para cima de teu labirinto e poderá encontrar a estrela para te guiar, ainda que saiba que nunca poderá alcançá-la, como bem diz Eduardo Galeano. Busca a coerência entre o que diz e faz, essa é a única forma de não perder o rumo. É um desafio da vida.
O Nobel da Paz é um instrumento ao serviço dos povos, nunca para a vaidade pessoal.
Te desejo muita força e esperança e esperamos que tenha a coragem de corrigir o caminho e encontrar a sabedoria da Paz.
Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz 1980.
Buenos Aires, 5 de maio de 2011
Barreiras acústicas e eco-limites:
A "arquitetura do constrangimento" no Rio
Por Felipe Felix 15/05/2011 às 17:12
Por Felipe Felix 15/05/2011 às 17:12
Discussão sobre a implantação de barreiras acústicas e eco-limites no Rio de Janeiro.
Quem circula pela Linha Vermelha no Rio de Janeiro, já deve ter observado as emblemáticas barreiras acústicas que contornam uma série de comunidades que integram o Complexo da Maré. Tratam-se de estruturas que , segundo o discurso da prefeitura, servem para "proteger" os moradores destas comunidades do barulho e de acidentes na via.
Sob outra forma, discurso e protagonista - desta vez, o Governo do Estado - estão os eco-limites impostos sobre as comunidades do Santa Marta e Rocinha, projetados para cobrir também outras comunidades do Rio.
Os eco-limites fazem parte do mesmo modelo de política segregacionista na qual se inserem as barreiras acústicas de Eduardo Paes . No discurso de Sérgio Cabral, muito bem alinhado ao projeto de cidade de Paes , os chamados "eco-limites" serviriam ao propósito de proteção de áreas verdes ainda não ocupadas por estas comunidades.
Segundo o site Planeta Sustentável, foram gastos cerca de R$ 40 milhões oriundos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental com os eco-limites. Estes foram propostos pelo Governo do Estado como alternativa para conter o avanço populacional das comunidades selecionadas, porém são contraditórios aos dados divulgados pelo Instituto Pereira Passos referentes ao período de 1998 - 2008 que apontaram para a estabilização ou mesmo decréscimo no número de residentes nessas comunidades.
Tal fato mostra que o discurso de Paes e Cabral em defesa dos eco-limites e das barreiras acústicas esconde , na realidade, um projeto de apronfudamento da segregação sócio-espacial e do cerceamento não apenas simbólico, mas também físico da pobreza no Rio de Janeiro.
Essa é a "arquitetura do constrangimento" , expressão cunhada pela Profª Julieta Nunes do IPPUR/UFRJ. Trata-se da delimitação física entre a cidade legal e a cidade ilegal, entre a cidade que se quer mostrar e a que se quer esconder.
Na política da "Cidade Maravilhosa", não há espaço para o que não é "belo"aos olhos de Paes e Cabral. Neste cenário, o cerco à pobreza se dá em múltiplas formas e direções, cumprindo , no entanto, o mesmo papel ideológico: a delimitação do território, impondo "limites" para que cada classe social ocupe o lugar que lhe é permitido na cidade.
Sob outra forma, discurso e protagonista - desta vez, o Governo do Estado - estão os eco-limites impostos sobre as comunidades do Santa Marta e Rocinha, projetados para cobrir também outras comunidades do Rio.
Os eco-limites fazem parte do mesmo modelo de política segregacionista na qual se inserem as barreiras acústicas de Eduardo Paes . No discurso de Sérgio Cabral, muito bem alinhado ao projeto de cidade de Paes , os chamados "eco-limites" serviriam ao propósito de proteção de áreas verdes ainda não ocupadas por estas comunidades.
Segundo o site Planeta Sustentável, foram gastos cerca de R$ 40 milhões oriundos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental com os eco-limites. Estes foram propostos pelo Governo do Estado como alternativa para conter o avanço populacional das comunidades selecionadas, porém são contraditórios aos dados divulgados pelo Instituto Pereira Passos referentes ao período de 1998 - 2008 que apontaram para a estabilização ou mesmo decréscimo no número de residentes nessas comunidades.
Tal fato mostra que o discurso de Paes e Cabral em defesa dos eco-limites e das barreiras acústicas esconde , na realidade, um projeto de apronfudamento da segregação sócio-espacial e do cerceamento não apenas simbólico, mas também físico da pobreza no Rio de Janeiro.
Essa é a "arquitetura do constrangimento" , expressão cunhada pela Profª Julieta Nunes do IPPUR/UFRJ. Trata-se da delimitação física entre a cidade legal e a cidade ilegal, entre a cidade que se quer mostrar e a que se quer esconder.
Na política da "Cidade Maravilhosa", não há espaço para o que não é "belo"aos olhos de Paes e Cabral. Neste cenário, o cerco à pobreza se dá em múltiplas formas e direções, cumprindo , no entanto, o mesmo papel ideológico: a delimitação do território, impondo "limites" para que cada classe social ocupe o lugar que lhe é permitido na cidade.
Marcha Silenciosa grita por Justiça e Dignidade!
Por MÉXICO 09/05/2011 às 09:44
A Marcha pela Paz com Justica e Dignidade chegou ontem ao centro da Cidade do México, reunindo mais de 60 mil pessoas no Zócalo (praça central da cidade). O chamado da marcha foi feito inicialmente por uma organização chamada Rede Cidadã pela Paz e pela Justiça, formada por artistas, escritoras/es e membros de organizações autônomas. Um dos grandes protagonistas do chamado é o poeta e escritor Javier Sicilia, que teve seu filho assassinado em março desse ano por forças militares do Estado mexicano.
A marcha começou na quinta-feira (dia 05 de maio) saindo da cidade de Cuernavaca (estado de Morelos, a 80km da capital) e caminhando em silêncio até a capital, passando por dezenas de cidades mexicanas. Aderiram ao chamado sindicatos, movimentos sociais, estudantes e organizações de direitos humanos. As pessoas estão participando da marcha em apoio às/aos amigas/os e familiares das milhares de vítimas do Estado, que foram assassinados em nome de um programa federal de combate ao narcotráfico. O plano chamado "Guerra ao Narco" foi implantado há 4 anos pelo presidente Felipe Calderón e até agora provocou a morte de mais de 40 mil pessoas.
As/os organizadoras/es da marcha calculam que, até agora, mais de 200 mil pessoas participaram da manifestação. O maior objetivo da marcha é exigir o fim imediato das políticas violentas de Calderón que estão militarizando os territórios mexicanos , deixando milhares de pessoas mortas e implantando uma cultura de medo generalizada. As/os manifestantes também denunciam a corrupção do Estado, cúmplice e responsável pelas ações violentas justificadas por um plano de combate ao tráfico de drogas. Exige-se justiça e punição aos assasinos e também se reinvindica maior dignidade aos povos mexicanos através de políticas que ampliem as oportunidades de atuação dos setores mais marginalizados do país. Para denunciar a situação de precariedade que se tem imposto aos povos mexicanos, as/os manifestantes relembraram também as 30 crianças que morreram em 2009 em um incendio na creche do estado de Sonora (Norte do México). A Marcha pela Paz com Justica e Dignidade se identifica como a "luta pela vida", em oposição aos massacres que o governo tem promovido através de suas políticas militares e também econômicas.
Integrando a marcha central rumo a Cidade do México, outras marchas aconteceram simultaneamente em dezenas de outras cidades e povoados mexicanos. Também foram realizadas manifestações de apoio internacional em muitos países pelo mundo. Em San Cristóbal de las Casas (no estado de Chiapas, México), o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) e suas bases de apoio reuniram mais de 20 mil pessoas em solidariedade as demandas da marcha. Durante a manifestação zapatista em San Cristóbal, - que não se via tão grande desde a Outra Campanha de 2006 - o Comandante zapatista David pronunciou as seguintes palavras:
"Não estamos aqui para falar de nossas dores, nossas lutas, nossos sonhos, nossas vidas ou nossas mortes. Não estamos aqui para indicar caminhos, dizer por onde seguir. Nós viemos representando centenas de milhares de zapatistas para dizer, a esse passo digno e silencioso, que nós compreendemos e apoiamos sua demanda de justiça. Respondemos ao seu chamado, que é o chamdo daqueles que lutam pela vida, enquanto o Mal Governo responde com a morte."
A Marcha Nacional pela Paz com Justica e Dignidade reune as dores e tristezas individuais, avançando na construção da dignidade coletiva. Uma das propostas é que ao final da marcha as pessoas se encontrem na cidade de Juarez (norte do México) para formar um pacto nacional de transformação do país.
Segundo um dos participantes da marcha que integra um coletivo de luta contra a militarização, a mídia corporativista do México está enquadrando o movimento em termos de uma luta individual, como se toda a mobilização estivesse ocorrendo exclusivamente a partir da morte do filho do poeta Javier Sicilia, escondendo os discursos de oposição direta as políticas de Felipe Calderón. Até agora, nos maiores jornais e canais de televisão, pouco se falou sobre milhares de mortes provocadas pelo plano de suposto combate ao narcotráfico. Porém, é preciso ressaltar que, há bastante tempo, grupos e coletivos tem se mobilizado contra a militarização do solo mexicano. Como nos contou esse mesmo ativista, no final do ano passado, durante um ato contra os processos de militarização do governo na cidade de Juarez, a polícia interviu baleando um companheiro que participava da manifestação. Ações como essas têm sido bastante frequentes no México.
As poucas informações que encontramos nos sites de jornais brasileiros, levam as/os leitoras/es a entender que a Marcha Nacional pela Paz com Justica e Dignidade está sendo promovida em apoio ao presidente mexicano no seu combate ao narcotrafico.
Situação comum a vários países da America Latina, o combate ao tráfico de drogas está servindo como argumento para justificar uma violência desmedida do Estado, em que as vítimas de agressões, abusos de poder e morte são sempre os setores mais marginalizados da sociedade. O objetivo dessas "guerras ao narcotráfico" nunca foi ? nem é ? atingir as classes mais ricas, que estão por cima dos grandes carteis que verdadeiramente lucram com o comércio de drogas.