segunda-feira, 27 de junho de 2011

Todos ao ato pela CPI das Remoções, no dia 28 de junho, terça

Nesta terça-feira, 28/06/2011, às 14h, representantes de diversas comunidades que já foram destruídas ou estão ameaçadas pela Prefeitura do Rio vão à Câmara Municipal tentar sensibilizar os vereadores a instalarem a Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as irregularidades verificadas nos diversos processos de remoção das comunidades nos últimos meses.

O requerimento para a instalação da CPI foi apresentado há mais de um mês pelo Vereador Eliomar Coelho, mas apenas 13 vereadores se dignaram a apoiá-lo. São necessários 17 vereadores. Até mesmo vereadores de partidos ditos "populares" como o PT e o PDT evitaram comprometer-se com a CPI, que certamente não é desejada pelo Poder Executivo municipal.

O ato constará de uma projeção de vídeos sobre as remoções, distribuição de materiais e pressão direta sobre os vereadores.

A luta ainda será árdua. Ainda que se consigam as assinaturas, há o risco da CPI nem ser instalada devido a manobras de partidos governistas, tal como se deu com a CPI do Pan2007, ou ser instalada, mas nem sequer funcionar, também por boicote dos vereadores da base do Prefeito.

Por tudo o que se vê, a luta contra esse projeto excludente, encarecedor da cidade, não é apenas dos mais pobres. Eis uma luta que deve ser assumida por toda a sociedade. Se você ou sua entidade não puderem estar na Câmara Municipal nesta terça, ligue para os vereadores da base do Prefeito, envie emails, não desista de lutar pela sua Cidade. A alma do carioca está em risco, o Estado Democrático de Direito está em risco.





domingo, 26 de junho de 2011

Seminário Estadual de Luta Contra a Privatização da Saúde

O Fórum de Saúde do Rio de Janeiro que articula diversos movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, centrais sindicais, usuários, trabalhadores da saúde e setores da comunidade acadêmica, realizará mais uma atividade contra o sucateamento e a privatização do SUS em curso em todo o país.


Este Seminário, organizado pelo Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, visa promover uma reflexão acerca das lutas já travadas pelo movimento e traçar seus próximos objetivos, além de buscar a unificação dos movimentos sociais em torno da luta contra a privatização das políticas públicas.


Para tanto, teremos inicialmente uma mesa-redonda intitulada “A conjuntura da Saúde e a Privatização das Políticas Sociais”, trazendo análises de conjuntura apresentadas pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMED/RJ), Jorge Darze, pela professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ), Fátima Siliansky, além de representantes do Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública, do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio e do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (MUSPE). Esta mesa também contará com um representante do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (SINDSPREV/RJ) como debatedor e com a professora Maria Inês Bravo, da Faculdade de Serviço Social da UERJ, como coordenadora.


Após a mesa os participantes do Seminário se dividirão em Grupos de Trabalho, a fim de trazer propostas objetivas sobre a organização do Fórum para ao final estabelecer estratégias futuras. 

O Seminário ocorrerá no dia 28 de junho de 2011, de 14 às 21 horas, na UERJ (Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã - 9º andar, auditório 91).



SOS saúde!

Pela unificação das lutas!



O Estado do Rio de Janeiro governado por tenebrosas transações

De forma trágica a população do Rio de Janeiro ficou mais informada ainda sobre o jeito Sérgio Cabral de governar. O acidente com o helicóptero, no litoral de Porto Seguro, que resultou na morte de pessoas ligadas ao governador do estado, revela-nos como a classe dominante brasileira encaminha seus negócios, ou melhor, suas negociatas.

O avião em que foi feita a viagem de ida pertencia ao miliardário Eike Batista, o megaempresário que mais investe no Rio de Janeiro. Como gostava de dizer o ex-presidente Lula, grande amigo de Cabral, “nunca na história deste país” se flagrou uma personalidade tão onipresente, seja em qual for o empreendimento que se possa imaginar. Hidrelétrica, siderúrgica, portos, Olimpíadas, Copa do Mundo, hotelaria, limpeza da Lagoa Rodrigo de Freitas, lá está a mão do Mr. X. Além do mais, Eike Batista doou 750 mil reais para a campanha de reeleição de Cabral, e financiou com 40 milhões de reais o projeto das UPPs.

Não se sabe a razão pela qual o governador, para ir a Porto Seguro a uma festa particular, não utilizou o mesmo expediente imoral quando de sua volta da dramática viagem: o fretamento de um táxi aéreo pago com verbas do Tesouro Estadual, isto é, com nosso dinheiro.

O indigitado helicóptero levava ainda a esposa do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish o qual foi bafejado pela "sorte" de colocar em sua conta corrente milhões de reais, obtidos em obras feitas pelo governo do estado - para exemplificar reforma do Maracanã e construção do Arco Rodoviário, custo previsto é de 1 bilhão de reais cada. Dos diversos contratos firmados por Sérgio Cabral com Cavendish, 25% se deram sem licitação Por coincidência com a festa de aniversário, o valor da reforma do Maracanã recentemente foi majorado de 705 milhões de reais para 1 bilhão, quem sabe para “arredondar”.

Mas afinal de contas, para que tal viagem? Bem, seria para comemorar o aniversário do empreiteiro. Num "resort" no litoral baiano onde as pessoas somente são admitidas com o de acordo de todos os condôminos. É um luxo só.

Temos, neste emblemático episódio, uma síntese da história do Brasil, tão antiga quanto a mais recente: o dinheiro público sendo utilizado em proveito de empresários e empreiteiros, o governador numa promíscua relação que, obviamente lhe rende também polpudos dividendos, políticos e financeiros, enquanto a saúde, a educação, a segurança pública, os transportes, continuam degradados, numa demonstração cabal (sem trocadilho) do descaso, da arrogância com que o governador do estado encara esta população sofrida. E ainda declara que o Estado não tem recursos para atender às reivindicações de bombeiros, professores e outras categorias que recebem dos menores salários do país.

Urge uma demonstração forte dos movimentos sociais, na mobilização da população, para exigir que o governador do estado explique suas relações promíscuas com os empreiteiros.

23 de junho de 2011

Nota política do PCB/RJ

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Comunicado aos Militantes, Amigos e Simpatizantes do PCB

O Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro), reunido no dia de hoje, em São Paulo, resolveu expulsar dos quadros partidários o militante Igor Grabois Olimpio, pelas seguintes razões:

- formação de grupo e direção paralela no interior do Partido;

- comportamento desagregador e deletério;

- divulgação de falsas informações, deformações e boatos;

- descumprimento de resoluções partidárias, inclusive congressuais;

- vazamento de documentos reservados ao CC interna e externamente ao Partido;

- recusa a comparecer à reunião do CC para prestar esclarecimentos.



A propósito, acrescentamos as seguintes informações:

1 – Este comunicado não é exclusivamente interno, tendo em vista que o mencionado militante ora expulso e o grupo que lidera - cuja maioria já saiu publicamente do Partido - vem divulgando suas informações e manifestos fracionistas para diversas listas externas às fronteiras do PCB.

2 – O Comitê Central do PCB assegurou ao ex-militante o pleno direito de defesa e de exposição das divergências políticas que supostamente teria com a direção nacional do Partido, conforme afirmado em documento recentemente divulgado para o público externo, mas sua ausência na reunião de hoje comprova a recusa em debater internamente, nas instâncias partidárias devidas, suas alegadas discordâncias políticas.



São Paulo, 24 de junho de 2011


Comitê Central do PCB

 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os 'Mimos da Burguesia" para Cabral

Postado por LUTA PELA EDUCAÇÃO em 20 junho 2011 às 14:04

     Triste a tragédia ocorrida em Porto Seguro - Sul da Bahia - com o helicóptero que transportava pessoas para Trancoso. Sete vítimas, dentre elas crianças e uma jovem de 20 anos. O governador Cabral e seu filho por muito pouco não se envolveram diretamente no trágico acidente.



     Entretanto, é impossível desprezar a reflexão de que Cabral lá estava recebendo "mimos" do empresário que tem contratos milionários com o governo federal e estadual, tendo sido a sua empresa a que mais recebeu recursos públicos federais no ano de 2010 e, a sexta maior empreiteira do país.

     Enquanto Cabral se esbalda em "mimos" oferecidos pelos "amigos" o Estado do Rio de Janeiro vive uma grave crise provocada pelo descaso do governador com os servidores públicos estaduais, com greves e manifestações de Bombeiros, Professores e funcionários da educação, PMs, Policiais Civis, Médicos,etc.

     Talvez a intenção de passar o fim de semana num luxuoso Resort em outro estado era o de fugir da crise do seu governo e, infelizmente se deparou com algo pior e, para aumentar sua desgraça dentre as equipes de resgate estão os valorosos BOMBEIROS que no Rio de Janeiro estão sendo criminalizados e aos quais ele - o governador - chamou de vândalos.


Fonte: PALAVRAS ACESAS  

 

Projeto conta trajetória política dos comunistas em Magé, por Danielle Kiffer

Danielle Kiffer
  

Câmara Municipal de Magé, em meados do 
século XX (Acervo pessoal)

     A trajetória política do Partido Comunista Brasileiro (PCB) nas grandes cidades é conhecida e divulgada. Entretanto, houve, ao longo do tempo, polos importantes em cidades do interior do estado onde o partido atuou e que podem dizer muito sobre a classe trabalhadora e sobre a história do próprio PCB. Um exemplo é a cidade de Magé, que foi palco de muitos acontecimentos relacionados ao partido junto à classe operária. O município fluminense teve 11 vereadores comunistas eleitos de 1947 a 1964, parte deles ex-operários têxteis e dirigentes nos sindicatos dos trabalhadores locais. Uma pesquisa do historiador Felipe Augusto dos Santos Ribeiro, hoje doutorando na Fundação Getúlio Vargas (FGV), resgata informações sobre a atuação do PCB em Magé. O estudo resultou em sua dissertação de mestrado, defendida em 2009 na Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Este trabalho permite repensar a política fluminense e a própria trajetória do Partido Comunista Brasileiro, pois mostra os militantes comunistas fora dos grandes centros urbanos e exercendo papéis no Parlamento, discutindo leis. Acredito que seja interessante para lançar um novo olhar sobre a atuação do partido", conta o pesquisador, que foi contemplado com bolsa de mestrado da FAPERJ de 2007 a 2009. 

      Antes de abordar especificamente a questão política, o historiador conta, no estudo, a situação que o município vivia. De acordo com Felipe, desde o século XIX que Magé enfrentava repetidos surtos de malária. “Para que se tenha ideia da gravidade da questão, vale lembrar que, em 20 anos, de 1920 a 1940, a cidade cresceu em apenas cinco mil habitantes, dado a quantidade imensa de óbitos”. Foi neste contexto que o médico sanitarista Irun Sant’Anna, hoje com 94 anos, chegou ao município em 1940, designado para amenizar e controlar a propagação da enfermidade no local. Felipe conta que o médico era filiado ao PCB desde os 18 anos. “Conforme o próprio Irun Sant’Anna relata, ao chegar a Magé, ele pôde unir o útil ao agradável: atuaria com saúde pública, sua grande paixão, e poderia divulgar as diretrizes do partido à população”. Segundo o historiador, o médico viu no município um terreno fértil para a divulgação da orientação política propagada pelo Partido Comunista Brasileiro, já que Magé tinha, na época, cinco fábricas têxteis funcionando e uma relevante quantidade de operários.  

      O historiador relata que o médico, inicialmente, tentou se aproximar dos operários por meio dos sindicatos de trabalhadores que já existiam no município, mas não obteve êxito imediato. Segundo Felipe, Irun Sant’Anna, então, reuniu os comunistas já existentes na região e começou a se aproximar dos trabalhadores têxteis por meio da formação de comissões nas fábricas, que atuavam paralelamente e de forma similar aos sindicatos. Desta forma, das comissões começaram a emergir líderes ligados ao Partido Comunista, abrindo caminho para que muitas campanhas fossem propagadas. “Magé era um município predominantemente operário e a identificação com o discurso dos comunistas foi muito forte. A estratégia de aproximação do PCB junto aos operários foi bastante eficaz”, diz o historiador, que continua: “Na dissertação, eu trabalho com a perspectiva de que Irun Sant’Anna intensificou um processo político em Magé, o que acabou formando uma geração de operários têxteis ligados ao PCB, pois ele ministrava cursos e propagava as ideias do partido”. Deste período, de acordo com Felipe, o médico guarda a lembrança de uma ocasião em que foi questionado por um dos trabalhadores. “Ele conta que um operário o questionou onde estaria o imperador do imperialismo de que Irun tanto falava.” 

      Do grupo de trabalhadores têxteis, três foram eleitos vereadores, além do próprio Irun Sant'Anna e mais um suplente, logo na primeira eleição municipal pós-Estado Novo, em 1947. Como o Partido Comunista estava na ilegalidade na época, eles utilizaram a legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – em eleições posteriores, eles lançaram mão de outras legendas "emprestadas", como o Partido Trabalhista Nacional (PTN) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Entretanto, um acontecimento viria a mudar o rumo desses políticos. O historiador conta que, pouco depois de um ano de mandato, os cinco comunistas foram cassados, mesmo não pertencendo legalmente ao PCB. “A justificativa para a cassação foi que o teor dos discursos desses vereadores no plenário caracterizava-se como comunista”. Felipe conta que houve uma grande mobilização por causa do acontecimento, amplamente noticiado pelos jornais da época, como O Estado, a Tribuna Popular e a A Notícia. 



O historiador Felipe (2º a partir da esquerda) por ocasião da entrega
do prêmio do concurso de monografia da Aperj (Divulgação/Aperj)


     Foi justamente por causa desta cassação que a pesquisa do historiador só pôde analisar os documentos legislativos de alguns anos depois. O historiador explica: “Na verdade, não há atas desse primeiro mandato dos comunistas na Câmara Municipal de Magé, cassados em 1948. Foi realmente um episódio muito traumático, e a lacuna das atas justamente nesse período pode ter sido uma tentativa de esquecimento". É a partir de 1951 que Felipe começa a analisar a atuação dos vereadores comunistas na Câmara do município. Ele destaca uma das discussões que identificou em atas antigas, dos anos 1950. “Vi um registro que descrevia uma forte discussão entre os vereadores, até que um deles foi acusado de comunista. Prontamente, o político respondeu: ‘Com muito orgulho em sê-lo', antes da reunião ser interrompida. Na reunião seguinte, o mesmo vereador diz: ‘Por questão de ordem, queria retificar que não tenho orgulho de ser comunista, mas agradeço o elogio de Vossa Excelência’. Podemos interpretar isto como um reflexo da cassação ocorrida em 1948”. Felipe ressalta que este é um dos pontos bem trabalhados em sua pesquisa, sobre o quanto a histórica cassação implicou nas formas de atuação dos comunistas mageenses em décadas posteriores. 

    Ainda assim, a presença dos vereadores comunistas junto aos trabalhadores de Magé foi muito ativa. Um exemplo citado pelo historiador foi a "greve do açúcar", ocorrida em 1959. Nesta ocasião, de acordo com Felipe, houve o racionamento do alimento, mas só para os operários. “Quando eles descobriram a sua exclusão, se rebelaram e deflagraram uma greve. Por este motivo, muitos tecelões foram presos e o presidente do sindicato, comunista, que também era vereador, os acompanhou até a delegacia. Espalhou-se então a notícia de que ele também havia sido preso. Diante do ocorrido, houve grande mobilização na cidade, até que todos foram soltos”.

    O historiador também teve acesso ao prontuário individual de Iran Sant'Anna no Departamento de Ordem Política e Social (Dops). “Este documento me ajudou imensamente, pois além de ser uma fonte inédita e de difícil acesso, me mostrou o outro lado da história que eu investigava, a atuação dos agentes da polícia política em Magé. No prontuário, encontrei diversas listas de comunistas do município, por exemplo. Em minha pesquisa de doutorado estou analisando mais a fundo essas fontes”. 

     Para Felipe, este projeto não só ajuda a compreender a situação política do PCB de um ponto de vista diferente, como também revela uma classe trabalhadora politicamente ativa, ao contrário do que alguns estudos mostram. Sua dissertação de mestrado, intitulada “Operários à tribuna: vereadores comunistas e trabalhadores têxteis de Magé (1951-1964)", foi premiada com a terceira colocação na edição 2011 do concurso de monografias do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), recebendo Menção Honrosa.



© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

 

Avante Bancário 21 junho de 2011

Nesta edição:
 

Aprovada a destruição. Que fazer? Elaine Tavares.
 

Conferência Interestadual do ES aprovou, por unanimidade, o índice de 22,5% (Seeb/ES).E mais:

UNIDADE CLASSISTA APOIA A LUTA DOS BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

 


Informativo de responsabilidade do coletivo de bancários da UNIDADE CLASSISTA no Rio de Janeiro.

http://avantebancario.blogspot.com/

O superávit primário e as prioridades do governo

*Por Paulo Kliass – Carta Maior

A intensidade do destaque nas manchetes dos jornais ou nas chamadas das redes de televisão costuma variar de acordo com as exigências políticas do momento do anúncio. Nestes últimos dias, por exemplo, pouco se ouviu falar a respeito da divulgação dos números da execução fiscal e monetária do governo.
Mas não nos deixemos enganar pelas aparências. A firmeza com que as autoridades econômicas e a Presidenta resolveram encaminhar a solução ortodoxa para nossa economia, desde o começo de janeiro, continua a todo vapor. Mas o momento da apresentação dos resultados do superávit primário exigia um pouco mais de cautela. E assim foi feito. Afinal, tratava-se de período fortemente abalado pela crise de seu Ministro da Casa Civil envolvido em denúncias de súbito enriquecimento milionário, marcado pelo anúncio da inesperada privatização do sistema aeroportuário com o argumento de falta de recursos orçamentários e também lembrado pela divulgação do programa do governo federal destinado a eliminar a miséria. Falar em cifras bilionárias para usos tão obscuros, como os juros, não cabia muito bem no figurino recomendado.
Mas o superávit fiscal primário continua firme e forte! Os operadores do mercado financeiro e os interesses das grandes instituições bancárias não têm muito com o que se preocupar! O compromisso do governo com a transferência de vultosos recursos do orçamento público para a finalidade de pagamento de juros da dívida pública está mais do que assegurado. Na verdade, ele continua se realizando no nosso dia-a-dia, fazendo com que a drenagem de recursos arrecadados de toda a população por meio dos impostos seja direcionada para as contas de muito poucos – as elites que continuam a se locupletar com a irresponsabilidade de um governo que fala para muitos e beneficia, de fato, a bem poucos.

Apenas para recordar, o conceito de “superávit fiscal primário” corresponde a um eufemismo, criado pelos especialistas do mundo financeiro para assegurar que o esforço dos governos na manutenção do necessário equilíbrio entre suas receitas e suas despesas ganhasse uma sutil armadilha. Não basta mais apenas ser eficiente na gestão fiscal pura e simples. É necessário sempre gerar um superávit (nada contra, em princípio), mas o detalhe da perversidade vem depois: que estes recursos sejam direcionados para gastos com o pagamento de juros da dívida pública. Ou seja, tudo se passa como esse tipo de gasto orçamentário não fosse uma despesa…. Corta-se em educação, em saúde, em transporte, em infra-estrutura, enfim faz-se um grande esforço fiscal para … acumular recursos e dirigi-los para a mais estéril de todas as despesas – a de natureza financeira. Não nos esqueçamos que estamos ainda sob a égide do corte de R$ 50 bi no Orçamento federal, anunciado no começo de fevereiro.

Os dados são oficiais. Durante os 4 primeiros meses do governo da Presidenta Dilma o resultado do superávit fiscal atingiu a incrível marca de R$ 57,3 bilhões! Ou seja, apenas entre janeiro e abril, o governo restringiu os gastos, fechou os torniquetes e conseguiu realizar mais de 50% do esforço previsto para todo o ano de 2011. Estamos destinando para essa rubrica o equivalente a 4,5% do nosso Produto Interno Bruto.
Mas os números que mais entristecem, ou nos indignam, são os relativos ao pagamento de juros. Ali, o relatório do Banco Central parece não ter problema algum de consciência ao informar que, ao longo dos mesmos 4 meses, o governo transferiu o montante de R$ 78,6 bi para o pagamento de juros da dívida pública, equivalente a 6,2% do PIB.

Pois é, pelos valores envolvidos e pela obstinação em atingir as metas, como bom aluno esforçado, tudo indica que essa continua a ser a verdadeira prioridade dos que estão no comando do nosso aparelho de Estado: transferir recursos para o setor financeiro!

Mas como governar exige também outras decisões e medidas para além de satisfazer as necessidades dos poderosos do mercado financeiro, a equipe da presidenta vai tocando o barco do jeito que pode.
A ampliação e a modernização da rede aeroportuária é exigência antiga. A polêmica e arriscada decisão de trazer a Copa do Mundo para cá em 2014 só sublinhou o atraso de nossas instalações. Mas como o governo insiste em afirmar que “não tem recursos”, optou-se pelo modelo da privatização dos aeroportos. O fato que ninguém menciona é que as tais “vultosas” necessidades de investimento seriam tranquilamente cobertas por um desvio de rota dos recursos do pagamento de juros. Os valores dos investimentos necessários para o setor variam de acordo com a paternidade dos estudos considerados, mas em geral oscilam entre R$ 8 bi e R$ 30 bi ao longo de vários anos, com uma média de dispêndio anual não superior a R$ 3 bi. Ora, apenas durante o mês de março o governo transferiu R$ 21 bi para o setor financeiro sob a forma de juros. Isso equivale a quase R$ 1 bi por dia útil. É incrível, mas bastariam apenas 3 dias para assegurar à Infraero os recursos para as obras necessárias ao longo do ano todo! Mas, não! Com o falacioso argumento de que não há recursos, o governo optou por ceder a concessão por 20 anos aos consórcios privados. Fico só imaginando, aqui com meus botões, como vão se dar as pressões e chantagens pela obtenção de reajustes das tarifas lá em 2029…

No dia seguinte à divulgação dos resultados do superávit primário, a Presidenta anunciou com muita pompa um de seus compromissos de campanha, a política de erradicação da miséria. Perfeito! Excelente medida, um mínimo que o nosso País tinha mesmo que fazer no caminho da redução das desigualdades. Mas, nos aprofundemos um pouco mais, para além das aparências. O novo Programa incorpora as políticas do já existente Bolsa Família e as amplia, incorporando mais famílias beneficiadas e atingindo outras áreas, com complementação de programas em educação, saúde, capacitação profissional, agricultura familiar, preservação ambiental etc.

Porém, os números apresentados são referentes aos programas consolidados. Ao longo dos 4 anos de governo, a equipe de Dilma pretende alocar R$ 80 bilhões. Ou seja, entre 2011 e 2014 deverá um gasto anual de R$ 20 bilhões. Ora, mas apenas o Bolsa Família já tinha previsão orçamentária superior a R$ 16 bi para o presente ano. E esses valores pretendem atingir um universo de mais de 16 milhões de pessoas.
Quem tiver a curiosidade de comparar os valores, chegará à conclusão que, apenas nos 4 primeiros meses deste ano, o governo já gastou na esfera financeira o equivalente a esse programa quadrienal. Sim, pois já transferiu quase R$ 80 bi para o pagamento de juros, que beneficiam uma parcela substancialmente mais reduzida que aqueles milhões de famílias.

Ao invés de sinalizar com mudanças de orientação, o governo parece só confirmar suas verdadeiras prioridades, aquelas que consomem as quantias expressivas de seus recursos. Dias 7 e 8 de junho teremos a nova reunião do COPOM, que deverá decidir sobre a SELIC, a taxa de juros oficial. Atualmente ela está definida no patamar de 12%. Com o valor da dívida pública federal em R$ 1,65 trilhão, caso não haja redução da taxa, os valores gastos com pagamento de juros ao longo do presente ano certamente serão superiores a R$ 200 bi.

Por outro lado, no governo concreto e real, aquele que deve lidar com pessoas, escolas, hospitais, estradas, reforma agrária, etc a coisa é bem diferente. A cada pleito na definição de novas políticas públicas voltadas para a maioria, os interessados pouco conseguem fazer, pois os ministérios têm suas verbas contingenciadas. A resposta é sempre a mesma: “não há recursos disponíveis”…

Como vimos, cada qual escolhe suas prioridades.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Professores em greve no RJ cercam prédio da Secretaria de Planejamento

Líderes do movimento organizam comissão para negociar com o governo.
Grevistas, parados desde o dia 7, pedem 26% de aumento.

Aluizio Freire Do G1 RJ
Professores cercam predio da secretaria no Rio (Foto: Aluizio Freire/G1)Professores cercam prédio da secretaria de Planejamento no Rio (Foto: Aluizio Freire/G1)

Depois de fazer uma passeata pela Avenida Rio Branco, professores e funcionários da educação em greve se concentram nesta sexta-feira (17) na porta da Secretaria estadual de Planejamento e Gestão, na Avenida Erasmo Braga, no Castelo, no Centro do Rio.

O prédio está cercado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Os grevistas organizam uma comissão para pedir uma audiência com o secretário Sérgio Ruy Barbosa ou outra autoridade do estado.

Professores em greve no Rio protestam (Foto: Aluizio Freire/G1) 
Professores em greve pedem reajuste salarial
(Foto: Aluizio Freire/G1)
 
No fim da manhã, os manifestantes se reuniram na Candelária e depois seguiram pela Avenida Rio Branco, ocupando pelo menos duas faixas da via, enquanto policiais militares e guardas municipais orientavam o trânsito, que ficou bastante lento durante a caminhada.

Mas, não houve incidentes.

Na passeata, as lideranças do movimento, do carro de som, gritaram palavras de ordem e críticas contra a política de educação do governo do estado. A manifestação entrou na Avenida Presidente Antonio Carlos e seguiu pela 1º de Março até a concentração na praça ao lado do Fórum, em frente à Secretaria de Planejamento, no Castelo.

Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a paralisação, que teve início no dia 7 de junho, já atinge 65% das escolas do estado. A categoria pede reajuste emergencial de 26%, incorporação imediata da gratificação do Nova Escola e ainda descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos da educação estadual.
 
 
 
“O piso salarial do professor hoje é de R$ 610, e do funcionário administrativo, R$ 433. Estamos em greve, mas até agora o governo não quis atender nossas reivindicações, nem conversar. Portanto, a paralisação vai continuar”, disse a diretora do Sepe, Gesa Corrêa.

quinta-feira, 16 de junho de 2011



Boletim Unidade Classista, setor IBGE

Atividade exclusiva de um Estado...neoliberal!
 
    No momento em que os trabalhadores ibgeanos assistem a aprovação, em caráter terminativo, do PLS 392/2008, que garante o enquadramento dos servidores do IBGE entre os servidores que exercem atividades exclusivas do Estado, e uma possível aprovação na câmara, nós, da corrente sindical Unidade Classista, buscamos fazer um chamado à reflexão e luta da categoria. Este projeto apenas reafirma o caráter estratégico do órgão, por sinal já garantido na Constituição. Por outro lado, o contexto em que ele é aprovado nos remete a uma absoluta contradição. É justamente no momento que a democratização do órgão é mais ameaçada, que o projeto de enxugamento do seu quadro (principalmente do nível intermediário) é levado adiante, é no momento em que se pretende fazer valer o avanço tecnológico como pressuposto para redução da força de trabalho – e com isso apagar do mapa o caráter crítico, o acúmulo de conhecimento e experiência inscrita no seu quadro funcional. Em resumo: ele será aprovado no momento em que o projeto de Estado neoliberal se cristaliza definitivamente no IBGE e nos demais órgãos públicos. Assistimos as novas formas de dominação sobre os trabalhadores, associadas à crescente deterioração e precarização dos direitos trabalhistas, muitas vezes mascaradas em enganosas vantagens. Nos 75 anos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os servidores pouco tem a comemorar.
    
    Os projetos para esvaziar os Órgãos públicos são constates. Desde o primeiro governo FHC, tendo como Ministro da Administração e Reforma do Estado Bresser Pereira, a destruição do patrimônio e serviços públicos se iniciou. Com o Governo Lula e no atual governo Dilma, as metas governamentais de esvaziar o IBGE e outros órgãos federais têm se intensificado. Temos em implementação a última etapa da chamada Reforma Gerencial.
    
    O assédio moral imposto, para apressar as aposentadorias é constante, a proposta da criação da “carreira de Estado” tem desenvolvido no seio da organização dos trabalhadores a fragmentação da luta.
  
    As novas tecnologias empregadas no IBGE eliminam a figura dos trabalhadores – desde o recenseador até a publicação do resultado. Atualmente basta um pequeno aparelho ligado a um terminal para que se considerem “analisadas” as informações sobre o desenvolvimento e necessidades da sociedade brasileira. A "crítica", tão presente em nosso cotidiano de análise dos dados estratégicos brasileiros, está ameaçada! Queremos voltar a exercitá-la! É nesse sentido que a Unidade Classista-IBGE se pergunta: Que atividade exclusiva é essa? É uma atividade estratégica para quem? Nosso cotidiano mostra que estas reformas não objetivam o atendimento dos servidores e da grande maioria da população.
    
    As políticas em expansão hoje no IBGE trazem em seu bojo a opressão aos servidores, como por exemplo: a precarização do trabalhador; as catracas; os contratos temporários que hoje vão muito além do Censo; o não reconhecimento da insalubridade; e da periculosidade; e a progressiva extinção do Nível Médio sem reposição, haja vista, o Nível Auxiliar, já totalmente substituído com as terceirizações. O impacto na precarização dos serviços prestados à população é conseqüência inevitável.
    
    O outro lado da moeda das atividades exclusivas do Estado, são as ditas não-exclusivas. Sob este discurso os governos implementaram e continuam a implementar a privatização das empresas estratégicas, da saúde, educação, habitação, previdência etc. Estas demandas fundamentais para o bem-estar da maior parte da população não deveriam ser atendidas por atividades exclusivas do Estado?

    Por isso propomos dois grandes eixos de lutas para o ASSIBGE-SN:
-    A democratização, valorização da carreira, reposição de pessoal e privilégio do potencial crítico na análise dos dados do IBGE. Funções essenciais para um IBGE voltado para os interesses dos trabalhadores e não exclusivamente do capital.
-    Participação nas grandes lutas, para que os serviços necessários à população trabalhadora recebam o mesmo status de exclusivas de Estado: participação no Fórum Nacional de Saúde, Fórum em Defesa da Escola Pública, Campanha O Petróleo tem de ser nosso, luta pela reestatização das empresas privatizadas etc .
 
    Nós da Unidade Classista, organismo ligado ao PCB, defendemos a democratização para o direito da organização dos servidores nos espaços de lutas, núcleos, seminários, palestras, no Assibge-SN, nas coordenações Estaduais e Nacional, como nos demais locais onde haja movimentos de fortalecimento e luta em defesa dos trabalhadores em geral; os cursos de requalificação e capacitação para todos os níveis de trabalhadores do IBGE.
 
    Precisamos nos contrapor à hegemonia burguesa, que ao longo de sua existência tem acarretado aos trabalhadores e à população em geral mais miséria, violência, exclusão, entre outras mazelas.
 
    A Unidade Classista propõe:
-    Plano de ação com a unidade de todos os núcleos da ASSIBGE-SN;
-    Concurso Público imediato, para todos os níveis de necessidade do Órgão IBGE;
-    Lutar pelo pagamento imediato de todos os passivos trabalhistas;
-    Redução da jornada de trabalho sem redução de salário;
-    Pela anulação da reforma da Previdência que retirou direitos dos trabalhadores;
-    Nenhum Direito a Menos para os trabalhadores e avançar nas conquistas;
-    Formação de Frente Anticapitalista e Antiimperialista pelos trabalhadores e população em geral.


Unidade Classista
Junho de 2011

VI Convenção de Solidariedade a Cuba, em São Paulo

50 anos de Playa Girón será o tema da VI Convenção de Solidariedade a Cuba

50 anos de Playa Girón será o tema da VI Convenção de Solidariedade a Cuba, que será realizada entre os dias 17 e 18 de junho.

Na programação estão os temas
: “Os Avanços da Revolução Cubana e do Poder Popular Propiciam Seguir Construindo o Socialismo”; “A Vitória de Praia Girón! O resultado do VI Congresso do Partido Comunista em Cuba!”; "A Mídia Popular e as Alternativas para Contrapor-se à Cultura e aos Meios de Comunicação de Massa que Agridem  e Invertem a Imagem de Cuba” . A convenção será realizada no auditório do Sinpro, localizado na Rua Pedro Lessa, 35, 2º andar, Cinelândia.

Confira a programação completa abaixo e o cartaz em anexo.



Dia 17/06/2011(Sexta-feira)
17h às 18h: Credenciamento

18h às 19h: Abertura da VI Convenção Estadual-RJ de Solidariedade a Cuba

19h às 20h30min: Tema 1: “Os Avanços da Revolução Cubana e do Poder Popular Propiciam Seguir Construindo o Socialismo”
Palestrante:  Dr.Lázaro Mendéz - Cônsul Geral de CubaModerador:  Dr. Luiz Edmundo H. B. Costa Leite.

20h30min às 21h: Debate

Dia 18/06/2011(Sábado)

9h às 10h30min
: Tema 2: “A Vitória de Praia Girón! O resultado do VI Congresso do Partido Comunista em Cuba!”

Palestrantes:
Prof. Rubim Aquino

Prof. Luis Eduardo Mergulhão

Dr. Edgardo Valdés

Moderadora: Rosa Maria Roldán

10h30min às 11h: Debate

11h às 11h15min: Café

11h15min às 13h: Grupos de Trabalho (2 Grupos Concomitantes)

Grupo 1:“Intensificar a Luta Contra o Bloqueio e pela Libertação dos Cinco Heróis Cubanos Prisioneiros do Império”
Coordenador: Ricardo Quiroga

Relatora: Penélope Diniz.
Grupo 2: "Mirar-se no Exemplo de Solidariedade de Cuba ao Terceiro Mundo e Aprofundar nossa Solidariedade a Cuba Socialista
Coordenador: Élton John da SilvaRelatora: Camila Marins

13h às 14h: ALMOÇO
Filme: “Praia Girón”.

14h às 15h30min
: Tema 3: “A Mídia Popular e as Alternativas para Contrapor-se à Cultura e aos Meios de Comunicação de Massa que Agridem  e Invertem a Imagem de Cuba”

Palestrantes: Prof. Antonio Cícero

Prof. Hiran Roedel

Jorn. Alessandro Gomes (diretor da Prensa Latina)

Moderador: Paulo Passarinho

15h30min às 16h: Debate

16h às 16h15minCafé

16h15min às 17h30min
Reunião Conjunta dos Dois Grupos para Aprovar Propostas para a XIX Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba (SP)

17h30min às 18h: Encerramento