domingo, 22 de janeiro de 2012

Saúde Pública de Niterói à venda! Nota Política do PCB/RJ




 

    No dia 29 de dezembro de 2011, em pleno período de festas, houve na Câmara dos Vereadores uma sessão de extrema importância para a vida da população de Niterói. Nela, foi aprovado um projeto que cede a gestão da educação, da saúde, da cultura e de outros serviços públicos a empresas privadas.  Esse foi o presente de Natal dado pelo prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT) e pelos vereadores Emanuel Rocha (PDT); Renato Cariello (PDT); Zaff (PDT); Sérgio Fernandes (PDT); Wilde Rocha (PDT); Carlos Alberto Magaldi (PP); Cal (PP); Carlos Macedo (PRP); Rodrigo Farah (PRP); João Gustavo (PMDB); Beto da Pipa (PMDB); José Augusto Vicente (PPS); Paulo Bagueira (PPS) e Vitor Júnior (PT) à população de Niterói, que compareceu à sessão do dia 29 de dezembro de 2011 com o objetivo de barrar a venda de seus direitos; porém, ao invés de ser ouvida pelos vereadores, foi impedida de participar da discussão pela polícia.

    Esse projeto autoriza que entidades privadas qualificadas como Organizações Sociais (OS’s) assumam o controle de serviços de saúde e educação. Para os usuários dos serviços de saúde, a implementação das OS`s resulta na queda da qualidade do atendimento, uma vez que, pressionados a cumprir metas de atendimentos que resultem em maiores lucros para a empresa que assume a gestão do serviço de saúde, os trabalhadores são obrigados a reduzir o tempo de atendimento aos usuários. Além disso, as Organizações Sociais  terceirizam os trabalhadores de saúde e desrespeitam seus direitos trabalhistas; atrasam salários e ameaçam os profissionais que denunciam as irregularidades nos serviços privatizados. Os resultados destes abusos são as constantes mudanças e falta de profissionais, o que impede o constante aperfeiçoamento das equipes de saúde, dificultando a continuidade do tratamento dos pacientes. O lucro, então, passa a ser o objetivo final do serviço prestado, e não a preocupação em atender às necessidades da população.

   Com o mesmo objetivo de privatizar a saúde e ao mesmo tempo diminuir o investimento na formação de profissionais da área, o Governo Dilma aprovou o projeto de Lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Esta Lei autoriza que o Hospital Universitário Antonio Pedro, responsável pelo atendimento não apenas dos moradores de Niterói, como também daqueles que residem em regiões das redondezas,  deixe de ser gerido pela UFF e passe a ser administrado pela EBSERH . Com esta mudança, o hospital, que já sofre com a redução de 50% dos leitos e com o fechamento de seu setor de emergência, num claro processo de sucateamento, poderá ser levado a fechar convênios com planos de saúde e, inclusive, passar cobrar por serviços prestados (como exames e cirurgias).
   
    A implantação das OS`s  na saúde e educação da cidade de Niterói e a tentativa de aprovação da EBSERH no Hospital Universitário Antônio Pedro são expressões de um projeto hoje em curso na sociedade brasileira, que utiliza outras formas de privatização dos serviços públicos, como as Fundações Estatais de Interesse privado e as Organizações Sociais de Interesse Público. Este projeto, iniciado no Governo Fernando Henrique e seguido nos governos de Lula e Dilma, é marcado por decisões políticas e econômicas que não têm como preocupação central responder às necessidades daqueles que geram as riquezas do país através de seu trabalho, mas que, ao contrário, visa ampliar as margens de lucros de empresários e banqueiros. É desta forma que se desenvolve o capitalismo, destruindo os direitos dos trabalhadores. Assim, não é apenas na área da saúde que o trabalhador vivencia sérios problemas e dificuldades. Casos como o desabamento do Morro do Bumba ainda estão frescos em nossa memória: além das inúmeras mortes, as famílias sobreviventes estão desabrigadas até hoje. O preço da passagem acaba de passar por um aumento abusivo, o que compromete a circulação de muitos trabalhadores, já arriscada pela precarização dos meios de transporte, como é o caso das barcas e das superlotações enfrentadas nelas e nos ônibus.

    Para o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o precário atendimento em saúde e em outras esferas da vida social não se deve à falta de recursos ou à lentidão da administração pública. Refletem a prioridade dos governos que mantém a ordem capitalista de transferir recursos para os grupos empresariais, ao mesmo tempo em que abandonam o compromisso de fornecer serviços públicos de qualidade para a população. A universalização das políticas públicas com qualidade não tem espaço no capitalismo. É um princípio que, para se desenvolver plenamente, exige a transformação radical da sociedade, segundo os interesses dos trabalhadores com a construção do socialismo.

    O PCB luta para que os serviços públicos privatizados sejam reestatizados, sob o controle dos trabalhadores e de acordo com suas necessidades.
Para que avancemos nesse sentido, o PCB o convida a participar do Fórum Contra a Privatização das Políticas Públicas de Niterói.  Vamos nos organizar para mostrar que nossos direitos não serão mais retirados!

- Pelo SUS 100% estatal, em todos os níveis de atenção, sob controle popular!
- Por concursos públicos para admissão de trabalhadores de saúde estatutários, com plano de carreiras, cargos e salários!
- Pela reestatização das barcas e pela redução das passagens ao seu preço de custo!


Janeiro de 2012

Partido Comunista Brasileiro – PCB
Comitê Regional/RJ



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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Transporte Público não é mercadoria. Nota Política do PCB/RJ



Transporte Público não é mercadoria!!!

   Logo no dia 1º de janeiro de 2012, ainda relaxada pelas festas de fim de ano, a população do Rio de Janeiro foi surpreendida por mais um desmando do governo Eduardo Paes: o absurdo aumento de 10% (dez por cento) das passagens de ônibus municipais, onerando ainda mais os grandes setores da classe trabalhadora que diariamente fazem uso desse meio de transporte.
   Esse aumento, que beneficia apenas os aliados de Paes e os tubarões do setor de transporte da FETRANSPOR (que são os grandes financiadores de campanhas eleitorais), não traz rigorosamente nenhum benefício para a população do município do Rio de Janeiro. Ao contrário, a situação do transporte urbano na cidade é pífia: são veículos de péssimas condições que trafegam pela cidade, gerando perigo para passageiros e motoristas. Além disso, os trabalhadores do setor -motoristas e cobradores- são explorados à exaustão, sem condições dignas de trabalho, em um regime de semiescravidão imposto pelas milionárias empresas do ramo. A figura do “motorista júnior”, que desempenha ao mesmo tempo a função de motorista e trocador, acarretando stress para o empregado e risco para o trânsito (além de facilitar assaltos), é uma mostra do grau de exploração ao qual são submetidos os trabalhadores do setor. Observamos também a retirada de circulação de muitos ônibus de tarifa comum, substituídos por “frescões”, mais caros. Enquanto isso, ao mesmo tempo em que espezinha a população com seus péssimos serviços e suga ao máximo a saúde física e mental de seus empregados, as empresas do ramo enriquecem cada vez mais, contando com o beneplácito dos sucessivos governos municipais- que se limitam a medidas de “maquiagem”, superficiais, como os recentes BRS’s (Bus Rapid Service), os corredores exclusivos de ônibus que começam a tomar conta da cidade.
   Não é demais lembrar que as empresas de ônibus prestam o serviço de transporte coletivo sob a forma de concessão, pois é público e, inclusive, a Constituição brasileira caracteriza tal serviço como de caráter essencial (art. 30, V). Contudo, o que se observa é o enriquecimento abusivo dos magnatas do setor, às custas da classe trabalhadora, que é a usuária tradicional de um transporte que, como se vê, de  público tem muito pouco. Ademais, o desrespeito aos usuários de transporte coletivo não se limita aos ônibus; também observamos o binômio “altas passagens - péssimos serviços” nas Barcas, no Metrô e nos Trens, todos entregues à iniciativa privada, aumentando exponencialmente suas tarifas na razão inversa da qualidade do serviço prestado. 
   O transporte público, justamente por ser público, não pode ser gerenciado sob a ótica da economia de mercado, que por sua natureza busca apenas maximizar seus lucros em detrimento do usuário. É por isso que defendemos a ESTATIZAÇÃO dos meios de transporte, sob o controle dos trabalhadores, como única forma corrigir as mazelas do setor.


- Transporte Público não é mercadoria!
- Pela Estatização dos meios de transporte público, sob controle dos trabalhadores!


Rio de Janeiro, janeiro de 2012
Partido Comunista Brasileiro
Comitê Regional do Rio de Janeiro – PCB/RJ



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