sábado, 7 de abril de 2012
Nota política do PCB/RJ sobre as manifestações em frente ao Clube Militar/RJ, em 29 de março
No dia 29 de março, sexta-feira, as forças mais atrasadas da sociedade brasileira estiveram reunidas no Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, para o debate intitulado "1964 - a verdade". Em realidade, não se tratava de um "debate" e, sim, de escandalosa celebração do hediondo golpe que, décadas atrás, instaurou um regime de exceção no Brasil, uma ditadura empresarial-militar, diretamente auxiliado pelas forças reacionárias internacionais e que vitimou tantos lutadores e lutadoras de nosso povo.
O PCB, com as demais organizações progressistas - um amplo espectro indo de partidos, inclusive da base de sustentação do governo Dilma, a movimentos de lutas populares - esteve em ato público, em frente ao Clube Militar, para expor seu veemente repúdio contra essa nova provocação da direita reacionária. O protesto, que transcorria pacífico, foi severamente reprimido pela Polícia Militar do governador Sérgio Cabral, aliado de Dilma, que lançou contra os manifestantes gás lacrimogêneo e spray de pimenta, causando tumulto e levando ao fechamento temporário da Avenida Rio Branco. A sanha do Batalhão de Choque não intimidou os lutadores progressistas, que mantiveram o protesto apesar de todo o aparato repressivo.
No momento em que, mais do que nunca, se faz necessária uma Comissão Nacional da Verdade, com a devida apuração dos crimes da ditadura e a localização de desaparecidos e punição de culpados - lembrando que o Brasil está a anos-luz atrás de seus vizinhos sul-americanos no assunto - é verdadeiramente inadmissível que as viúvas do autoritarismo se sintam no direito de "celebrar" essa página infeliz da história recente do País. Onde quer que as vozes reacionárias se levantem, lá estará o PCB, com as forças progressistas, para combatê-las e levar a verdade às massas.
Rio de Janeiro, 02 de abril de 2012
Comitê Regional do Rio de Janeiro
PCB - Partido Comunista Brasileiro
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