quarta-feira, 8 de junho de 2011

Unidade Classista apoia a luta dos bombeiros do estado do Rio de Janeiro


A Unidade Classista manifesta seu integral apoio aos bombeiros em greve no Rio de Janeiro.
      Os bombeiros do Rio de Janeiro são um dos grupamentos mais exigidos ao longo de todo o ano no território brasileiro (Virada de Ano, “Viradão Cultural”, Carnaval, longa faixa de praias lotadas durante boa parte do ano), somando-se as já rotineiras tragédias provocadas pela inoperância dos governos, a exemplo do Morro do Bumba e da Região Serrana.
     Ultimamente, o governo do Estado do Rio de Janeiro pratica a ilegalidade de lotar bombeiros em atendimento nas UPA`s, unidades de saúde desprovidas de atendimentos especializados necessários à população.
     As péssimas condições de trabalho dos bombeiros, aliadas a um precário salário líquido, R$ 930,00, no qual não está incluído um benefício simples como o vale-transporte, demonstram o descaso com que as autoridades estaduais tratam o bem estar e a segurança pública de nosso povo.
     O Rio de Janeiro se transformou num palco de grandes investimentos – Copa do Mundo e Olimpíadas, os quais atendem exclusivamente ao interesse do grande capital, como empreiteiras, grandes redes de hotelaria, empresários do setor de transporte rodoviário. Ao povo sofrido, resta os trens e metrô lotados, a poluição do ar das siderúrgicas na Zona Oeste , como a CSA em Santa Cruz.
     Paralelamente, os governos estadual e municipal, promovem remoções de populações pobres, “indesejáveis” no caminho dos turistas que aqui aportam para acompanhar, junto com nossas elites, o futebol no Maracanã para os ricos, e as Olimpíadas na Barra da Tijuca, que será vista ao vivo por poucos privilegiados.
     Os movimentos sociais que denunciam o descalabro a que chegou a administração estadual, são criminalizados num processo crescente de fascistização da política, com prisões arbitrárias, comandadas em nível estadual e municipal, por viúvas da ditadura militar. A repressão em frente ao Consulado Americano e o tratamento dado aos bombeiros pelo BOPE, no interior do Quartel General, na Praça da República, são evidências claras de que o governo do Estado considera a questão social um caso de polícia.
     As acusações de motim, quebra de hierarquia e vandalismo, feitas aos bombeiros, devem ser devolvidas aos nossos governantes, em todos os níveis, federal, estadual e municipal.
     Nós, povo do Rio de Janeiro, somos constantemente vítimas da violência e da repressão de uma minoria privilegiada, que se amotina contra a maioria que somos nós, trabalhadores da segurança pública, da educação, da saúde, do petróleo, enfim produtores de todas as riquezas que circulam neste Estado.
     Nós, povo do Rio de Janeiro, vemos constantemente a hierarquia constitucional ser quebrada, pois está escrito na lei maior que os governos devem servir à população, mas, ao contrário, os governos somente estão aí para atender aos interesses do grande capital e de seus projetos. A verdadeira hierarquia é um governo sob a ordem dos trabalhadores e a seu serviço.
     Nós, povo do Rio de Janeiro, somos assaltados diariamente pelo vandalismo de nossos governantes, que sacam contra nosso bolso, aumentando os preços das passagens dos transportes, pagando um salário miserável aos profissionais da segurança pública, da saúde, da educação, da justiça, enfim, nossos governantes se locupletam, enriquecem, enquanto os serviços públicos se deterioram, para, numa lógica perversa, serem privatizados mais adiante, com a desculpa de que assim funcionarão melhor no futuro – aí estão o metrô, as barcas e os trens, privatizados e totalmente ineficazes.
     Nesta situação, de total falta de políticas públicas no Rio de Janeiro, se coloca a manifestação pacífica dos bombeiros, que foram brutalmente reprimidos pelo governo de Sergio Cabral.

     A Unidade Classista presta toda a solidariedade militante à GREVE, e reafirma as principais reivindicações dos bombeiros do Rio de Janeiro:
-     Nos manifestamos pela imediata soltura de todos os presos políticos (e assim os consideramos, pois foram presos reivindicando seus direitos);
-     Imediata reincorporação deles ao corpo de bombeiros;
-     Contra qualquer perseguição política aos líderes e adeptos do movimento dentro do corpo de bombeiros e na sociedade civil;
-     Abertura de mesa de negociação com a categoria em Greve;
-     Atendimento da pauta de aumento salarial e melhores condições de trabalho de forma imediata.
     Consideramos que o conjunto de fatos decorrentes desta greve nos leva a pensar a proposição de reivindicações que vão pra além da luta imediata:
-     Transformação dos bombeiros em servidores civis, com todas as garantias de estabilidade, direito de livre associação, greve e manifestação;
-     Plano de carreira compatível com a alta responsabilidade e credibilidade desta categoria;
-     Alocação de todo o contingente para as suas atribuições privativas, garantindo o retorno dos profissionais hoje alocados ao trabalho nas UPA's, entre outros desviados de suas atribuições;
-     A Secretaria de Saúde deve ser desvinculada da de Defesa Civil e cada uma deve garantir concursos imediatos e específicos para cada área;
-     Defendemos o fim da polícia militar, com a unificação das polícias e garantia do direito à livre associação, greve e manifestação. 
     A repressão dos policiais sobre os bombeiros levou a um claro constrangimento por parte daqueles que se consideram irmãos. Se este constrangimento não se mostra entre as altas cúpulas, corrompidas pelos vínculos com milícias e corrupção, para os praças e alguma parte de oficiais que honram sua função, devemos lembrar os versos imortais da Internacional:

“Façamos Greves de Soldados, Somos Irmãos Trabalhadores”



Todo apoio aos que lutam!
Unidade Classista – RJ
06 de Junho de 2011

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