domingo, 17 de julho de 2011

Homenagem a David Capistrano

Imagem Crédito: marxists.org
PCB entrega Medalha Dinarco Reis na ABI

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Fundação Dinarco Reis entregam, às 18 h do próximo dia 22 de julho, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Cinelândia, Rio de Janeiro, a Medalha Dinarco Reis a Maria Augusta de Oliveira, viúva do camarada David Capistrano, sequestrado em 16 de março de 1974 no percurso entre Uruguaiana (RS) e São Paulo e desaparecido desde então.

Pai de três filhos ao lado de Maria Augusta, o dirigente comunista foi tirado de nosso convívio aos 61 anos e deixou uma lacuna de experiência, firmeza, camaradagem e correção política entre os comunistas brasileiros. Tendo participado do Levante de 1935 como sargento da Aeronáutica, foi expulso das Forças Armadas e condenado à revelia, pelo Estado Novo, a 19 anos de prisão.

Participou da Guerra Civil Espanhola como combatente das Brigadas Internacionais e da Resistência Francesa, durante a ocupação nazista. Preso em um campo de concentração alemão, foi libertado e regressou ao Brasil em 1941. Anistiado em 1945, foi eleito Deputado Estadual em Pernambuco em 1947.

Entre 1958 e 1964 foi diretor das publicações comunistas “A Hora” e “Folha do Povo”. Com a instalação do regime militar, foi obrigado a se asilar na Checoslováquia, em 1971, de onde retornou em 1974, quando foi sequestrado pela forças de repressão da ditadura.

Segundo o secretário-geral do PCB, Ivan Pinheiro, "homenagear David Capistrano com a Medalha Dinarco Reis é uma obrigação que o Partido cumpre, na luta para conhecermos toda a verdade sobre aquele período vergonhoso da história do Brasil. Não descansaremos enquanto não soubermos o que ocorreu com este nosso valoroso camarada e com muitos outros militantes desaparecidos, não só do PCB como de várias organizações de esquerda. Por isso, cada militante do PCB deve ter consciência de que homenagear David Capistrano é também lutar pela abertura dos arquivos da ditadura e ter claro que a libertação da classe trabalhadora não passa pela conciliação, como bem comprovou esse ser humano especial, que buscou fazer a revolução no Brasil e foi se somar à luta de dois povos, o espanhol e o francês, contra o jugo da opressão nazi-fascista".

Camarada David Capistrano, eternamente presente!


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